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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Praça: maquete de uma nova cidade

No mês passado (setembro/2008) fui convidado por um dos acessores do atual prefeito (Reinaldo Pinheiro) para ser a “voz evangélica” na inauguração da Praça Rui Barbosa.  Aceitei o convite por entender que o meu ministério ultrapassa os limites do arraial eclesiástico. Sou pastor da igreja Batista de Jequiezinho, mas, também, pastor da cidade de Jequié. Gostaria de retomar algumas idéias expostas naquela ocasião, aproveitando o ensejo da celebração do aniversário da nossa cidade, para refletir sobre a Praça enquanto maquete de uma nova cidade.  
A praça é um espaço eminentemente social. A Praça é simbolicamente o espaço de encontros. A cidade, por sua vez, é o espaço dos desencontros, da competição, da violência, da injustiça. Entretanto, nesses tempos capitalistas a praça tem perdido a sua significação fundamental. O espaço que deveria ser de encontros tem se tornado meramente num espaço de consumo.
A praça, portanto, precisa reencontrar-se com a significação do seu condicionamento histórico/simbólico. A praça deve ser o lugar de encontro com o outro, contrastando com a cidade que teimosamente insiste em ser o lugar de opressão do outro.  
Olhar para praça é contemplar a possibilidade de uma nova arrumação social. A praça é um espaço de esperança... Esperança de uma cidade mais humana, mais solidária, mais viva, mais fraterna.
Sendo espaço de encontro com o outro, a praça torna-se também um espaço de encontro (reencontro) com o sagrado. Posto que no encontro com o outro (próximo), encontramo-nos com o grande OUTRO (Deus).  
No Gênesis, a narrativa mitológica da criação nos diz que Deus passeava todas as tardes com o ser humano no jardim. Contudo, o jardim foi trocado pela cidade. Hoje é um excelente dia para voltarmos a caminhar com Deus. Ele como sempre nos aguarda no jardim da vida, ou quiçá, numa praça, desejando fazer da nossa existência uma eterna caminhada na presença e companhia d’Ele.
O meu desejo e esperança é que a nossa cidade seja uma grande praça. Que a cidade de Jequié seja espaço de encontro consigo mesmo, de encontro com o outro, de encontro com Deus (Zacarias 8:1-8/Isaías 65:17-25).
                                                                    Josias Novais

2 comentários:

  1. A Praça de Jequié, conforme preconizado por Josias, tem sido palco de encontros - a comunidade se concentra democraticamente ali. Uma grande pena que esteja tão descuidada pelos poderes públicos...

    Talvez estes não reconheçam sua importância ou não saibam os reais significados dos encontros consigo, com o outro, com a Natureza!

    Parabéns ao grupo por trazerem esta temática.

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  2. Adorei o texto Josias. Muito bem elaborado. Por isso que faço questão de ouvir vooc todas as vezes que vooc se manifesta. VocÊ sabe expor sua opinião de forma sensível e minunciosa. Parabéns mesmo meu caro colega !

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